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quarta-feira, 27 de junho de 2012


A MORSA

As morsas vivem em grupos, por vezes com milhares de elementos do mesmo sexo, em águas muito frias do hemisfério norte. Podem medir mais de dois metros e pesar até 1700 quilos. Destacam-se os seus afiados dentes caninos, o seu focinho eriçado de bigodes e a sua pele rugosa. Embora as presas sejam utilizadas para subir para terra, a sua função principal é desenterrar moluscos do fundo do mar. O tamanho das suas presas de marfim só é superado pelos dentes dos elefantes. Os machos têm de cada lado da cabeça uma bolsa insuflável, que utilizam como flutuador para manterem a cabeça fora de água enquanto dormem, e para produzir um som semelhante ao de uma campaínha.

As baleias primitivas teriam adoptado a vida aquática há cerca de 50 milhões de anos. Bastante mais tarde - talvez há 25 milhões de anos, sendo este número apenas uma conjectura - outros mamíferos carnívoros primitivos seguiram-lhes o exemplo. Estes seriam os mamíferos pinípedes: focas, leõs-marinhos, otárias e morsas. Tal como as baleias, os pinípedes sofreram modificações consideráveis para a adaptação à vida aquática. Os ossos dos membros tornaram-se muito reduzidos, de modo que apenas as patas sobressaem do corpo. Uma membrana liga os dedos, como numa barbatana. As narinas, situadas no alto da cabeça, permitindo que o animal respire estando a maior parte do corpo imerso, mantêm-se quase sempre fechadas, mas são providas de músculos especiais que as abrem quando o animal quer respirar. A superfície frontal dos olhos é plana, a forma mais adequada para debaixo de água produzir imagens bem focadas. Para conservarem o calor do corpo os pinípedes passaram a apresentar, sob a pele, uma espessa camada de gordura. Estes animais apresentam ainda outras modificações que lhes permitem mergulhar e suster a respiração por longos períodos. O volume de sangue do seu corpo é, proporcionalmente ao tamanho, muito superior ao de qualquer mamífero terrestre e, por esse motivo, conseguem armazenar grandes quantidades de oxigénio. Além disso, quando mergulham, contraem alguns vazos sanguíneos mais importantes para que a circulação do sangue arterial fique consideravelmente limitada ao coração e ao cérebro. Simultaneamente as pulsações descem de cerca de 100 por minuto para aproximadamente 10. Assim o animal consegue manter oxigenados os órgãos principais em prejuízo do resto do corpo.
A adaptação dos pinípedes não é, no entanto, tão perfeita como a das baleias, pois aqueles animais não desenvolveram ainda uma maneira de se reproduzirem no mar e têm de se dirigir às praias para dar à luz. O tempo que passam em terra é um tempo muito difícil, pois não só estão expostos aos ataques dos animais terrestres, como não encontram ali o alimento apropriado. Por isso é de toda a conveniência que as crias se desenvolvam em pouco tempo e se tornem independentes o mais rapidamente possível.
As morsas reunem-se em praias durante a época da reprodução e nalgumas ilhotas do mar de Bering formam manadas de mais de 3000 indivíduos.
Existem dois grupos de pinípedes bem distintos que descendem sem dúvida de antepassados pertencendo a grupos de carnívoros diferentes. Com efeito os leõs marinhos, as otárias e as morsas, todos dotados de orelhas, teriam evoluido a partir de animais semelhantes ao urso. O segundo grupo, o das focas, que abrange mais de duas dúzias de espécies todas dedsprovidas de orelhas, teria evoluído de antepassados semelhantes a lontras.

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